domingo, 20 de março de 2011

SIMCA CHAMBORD

Um dia meu pai chegou em casa nos idos de 66, e da porta ele gritou orgulhoso, agora chegou a nossa vez, eu vou ser o maior, comprei um Sinca Chambord"
(Marcelo Nova, Karl Franz Hummel)
De performance comprovada nas cidades e estradas do Brasil, o Simca Chambord é uma rara combinação de fôrça, beleza, confôrto e segurança. Suas linhas de aristocrático bom gôsto, o interior luxuoso - com assentos largos e profundos - a extraordinária suavidade nas altas e baixas velocidades e a qualidade de tôdas as suas soluções mecânicas, são elementos que se somam para fazer do Simca Chambord o carro mais próximo da perfeição que você pode comprar.
Propaganda do Simca Chambord publicada na revista O Cruzeiro, em 17/12/1960.
Sedan 4 portas. Absoluto confôrto para 6 pessôas. Possante motor "Aquilon" de 8 cilindros em "V". Suspensão "Stabimatic", exclusiva dos carros Simca. Estrutura Super-Compacta, de extraordinária robustez. Vidros e janelas panorâmicos, proporcionando visibilidade total. Lindas combinações de cores. Admire o Chambord no agente autorizado Simca de sua cidade!
A Simca foi fundada em Belo Horizonte no dia 5 de maio de 1958, com filiais no Rio de Janeiro e em São Bernardo do Campo (SP). O projeto inicial era construir a fábrica em Santa Luzia, município próximo a Belo Horizonte, mas até que isso fosse possível a fábrica foi instalada no km 23 da Via Anchieta, no ABC paulista. Os franceses enviavam as prensas e a filial brasileira produzia os carros exatamente iguais aos da Europa. Um ano após a fundação, a Simca lançou seu primeiro carro, o Simca Chambord de cor preta com estofamento vermelho que foi dado de presente ao Juscelino Kubitschek.
Mas os primeiros anos não foram nada fáceis. "O carro não teve boa aceitação na França, e quando veio ao Brasil teve problemas para se adaptar ao calor e às condições das nossas estradas", destaca Rogério de Simone que, em parceria com Paulo César Sandler, escreveu o livro "Simca - A história desde as origens", publicado pela editora Alaúde. "O motor esquentava na subida da serra e precisou de alguns anos para poder ser totalmente adaptado ao clima tropical.

"No início as dificuldades foram enormes porque o Brasil simplesmente não sabia como produzir automóveis. Para se ter uma idéia, não existiam no país condições técnicas para fabricar uma peça fundamental dos amortecedores dianteiros. Do primeiro lote de cem virabrequins, noventa e oito foram recusados por apresentarem defeitos", destaca Marcelo Viana, um apaixonado pelos carros da Simca, que guarda em sua garagem, em Belo Horizonte, seis exemplares da fabricante.

Diante das dificuldades financeiras (a fábrica produzia em média apenas três unidades por dia), a Simca do Brasil abandonou o projeto original de ter sua fábrica em Minas Gerais e manteve a produção em São Bernardo do Campo. A fábrica seguiu suas atividade até 1967, quando foi comprada pela Chrysler. Durante este período, a Simca produziu 50.833 veículos, entre os modelos Chambord, Présidence, Rallye, Jangada, Alvorada, Profissional, Regente e Esplanada.
O '”Vigilante Rodoviário”
Com seu tradicional "rabo-de-peixe", o Simca Chambord era chamado de "Cadillac brasileiro". Logo caiu nas graças do povo como exemplo de luxo e sofisticação. Tinha cinzeiro e acendedor de cigarros, uma grande novidade nos anos 60. Na televisão, um Simca Chambord amarelo era um dos destaques da série "Vigilante Rodoviário", cujo herói era interpretado pelo ator Carlos Miranda. Todo mundo queria ter um Simca.
"De noite ou de dia, firme no volante, vai pela rodovia Carlos vigilante, o seu olhar amigo, é um farol que avisa o perigo, audaz e temerário, alerta a todo instante é o nosso camarada, vigilante rodoviário”. 



.-.-.-.-.-.-.-.-.-.BIG BEAR-.-.-.-.-.-.-.-.-. 

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